A CHUVA "FALSA" DE DUBAI - CLOUD SEEDING

Em Dubai se faz tudo! Até chover.

Sim, se você me segue nas minhas redes sociais @millaindubai e no youtube, com toda certeza já me ouviu reclamar aqui do tempo que está fazendo desde o início de dezembro de 2021.

Mas também, se você esteve em algum momento perto de Dubai nos últimos meses, também viu que os jornais só falavam da chuva.

Chuvas no deserto não são nada normais e o calor é a regra, então quando chove é sim um acontecimento!

Só que esse acontecimento só acontece naturalmente no máximo 2x ao ano, isso mesmo DUAS VEZES AO ANO, mas oficialmente eles dizem que são 14 dias, vai entender...

Mas isso não é problema para Dubai: Não tem chuva? FAREMOS!

E assim se criou fenômeno das chuvas artificiais, falsas, provocadas... chame como quiser, mas o nome real é CLOUD SEEDING.

Cloud Seeding que em inglês significa “semear as nuvens” é uma tecnologia extremamente avançada (e cara é claro) de manipulação climática (apocalíptico ne?).

Mas vamos entender:

Bom primeiramente o porquê disso tudo: Com um índice muito baixo de chuvas e evaporação ainda mais rápida – você não vê a chuva por que é tão quente e tem tanta areia em suspensão que ela não chega no chão.

Dubai precisava de uma solução também para o consumo de água, já que a população não é a mesma desde os beduínos.

Como começou

O programa começou no final da década de 1990 e em 2001, já havia algumas cooperações com universidades dos EUA, África do Sul e até a NASA!

Então, em 2005 os Emirados resolveram lançar o “UAE Prize for Excellence in Advancing the Science and Practice of Weather Modification” em parceria com a Organização Mundial Meteorológica (WMO), ou seja, uma premiação que ganharia a pessoa ou entidade que apresentasse o melhor projeto de modificação climática.

Logo esse prêmio foi convertido no que hoje é o Programa de Pesquisa dos Emirados Árabes Unidos para Ciência de Melhoramento de Chuva, que é de responsabilidade do Centro Nacional de Meteorologia e Sismologia dos Emirados Árabes Unidos.

Um dos grandes focos é o avanço da tecnologia e o investimento na pesquisa com parcerias pelo mundo inteiro.

Os primeiros Cloud seeding começaram em 2010 e custaram cerca de US$ 11 milhões.

Em 2014, um total de 187 missões foram enviadas para semear nuvens nos Emirados Árabes Unidos, com cada aeronave levando cerca de três horas para atingir cinco a seis nuvens a um custo de US$ 3.000 por operação 2017 teve 214 missões, 2018 184 missões e 2019 teve 247 missões.

Mas o que é e como é feito?

Eu vou simplificar, nada de termos super científicos ou complicados ok?

A agência nacional de meteorologia analisa formações de nuvens e coleta dados climáticos para encontrar nuvens propícias para a semeadura.

Isso ajuda a determinar a melhor situação possível para uma semeadura de nuvem bem-sucedida. Uma vez que as nuvens propícias são encontradas, aeronaves carregando cristais de sal – misturados com magnésio, cloreto de sódio e cloreto de potássio sobrevoam as tais nuvem e fazem a “semeadura”.

Esse conjunto de químicos fazem a nuvem absorver todo o vapor em volta criando gotas maiores do que as que tinham naturalmente.

Depois de semeada a nuvem leva menos de 1 hora para começar a chover.

Mas não são todas as nuvens que podem fazer isso, somente aquelas chamadas cumulus (já avisei que não vou rechear isso de termos científicos ne?)

Os radares ultra tecnológicos que ficam na estação assim que identificam uma nuvem dessas já rapidamente envia as aeronaves

Mas a galera aqui não está confortável com essa tecnologia não e a corrida continua e a captação de talentos de pesquisadores e cientistas também.

Os Emirados Árabes Unidos têm como objetivo se tornar o centro global para o aprimoramento da chuva que melhorará a segurança hídrica em áreas áridas e semiáridas em todo o mundo.

Entre 2019/2020 uma nova tecnologia foi experimentada e o resultado foi a maior inundação que já se viu por aqui!

Até o dubai mall ficou embaixo d’agua.

Já no ano de 2021/22, já temos uma nova, nova tecnologia: drones equipados com instrumentos para emissão de carga elétrica e sensores personalizados voam em baixas altitudes e entregam uma carga elétrica às moléculas do ar. Este método produziu uma tempestade significativas.

Atualmente, semeiam-se principalmente partículas de sal nas montanhas na fronteira com Omã para aumentar os níveis em aquíferos e reservatórios.

Mas a cidade acaba recebendo um pouquinho dessa movimentação.

Demais ne?